Cursor

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Minhas buscas haviam chegado ao fim.
Ele surgiu. E trazia consigo a fórmula exata para saciar minha sede, despertar meu interesse e me tornar cada vez mais mulher. Comecei a esquecer os parágrafos, atropelar as reticências, a falar feito uma matraca passar por cima das vírgulas e gritar euforicamente que me "ENCONTRAVA PERDIDAMENTE APAIXONADA POR AQUELE HOMEM". Acreditei por longos segundos que com ele seria diferente. Quão inocente eu era. - Burrice? Ingenuidade minha? Talvez. - Ele era como os outros, - isso quando não demonstrava ser pior. - Ele gostava de se envolver, de despertar o desejo ardente em mim, de me usar e depois descartar, como um chiclete mascado. Mas como um cão arrependido, com o rabo entre as patas, ele sempre voltava atrás, eu havia me acostumado com isso, - até que um dia não voltou. - Me permiti conhecer novos amores, alçar novos vôos e me desprender a vida de vadia, de alguém que não sabe o que quer. Quer dizer, eu sabia o que queria, mas é estranho saber que o que você quer não corresponde às suas expectativas. - tristeza. - Mudar ele seria minha última opção. Não tenho o direito de fazer isso. Ele deve ser livre, assim como eu. Larguei. Abri mão. - E foi pior do que tirar doce da boca de uma criança. 

Eu havia me apaixonado perdidamente por aquele homem.


Lima, Camilla S.

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